Carô Queiroz – Psicologia e Carreira

Sabe quando situações no trabalho te fazem sentir emoções que você não gostaria de estar sentindo?

 

A forma como lidamos com nossos desafios profissionais, o tipo de oportunidades que se abrem na nossa carreira e a qualidade da nossa saúde mental são muito impactados pelo nosso nível de inteligência emocional. Trouxe no texto de hoje o conceito do modelo cognitivo, como estratégia que nos ajuda a entender e a autogerenciar as nossas emoções. Afinal, não tem como você fazer algo com aquilo que não está vendo direito.

É comum eu escutar de profissionais que atendo frases como:

“eu queria não sentir essa ansiedade quando passo por aquela situação”

“eu me cobro demais, queria não me sentir assim”

“eu sinto raiva quando me contrariam no trabalho, não queria sentir isso”

Só que a questão não é a emoção em si, mas o que você faz com essa emoção. Até porque as emoções fazem parte da nossa vida, sejam elas boas ou ruins.

E se quero mudar a intensidade com que sinto essa emoção, que é o que chamamos de regulação emocional, entender de onde ela está vindo é primordial.

Pra te ajudar, quero te apresentar um raciocínio que é uma premissa central dentro da Terapia Cognitivo Comportamental, abordagem com a qual eu trabalho, e que explicada de forma simples já pode te ser bastante útil no autogerenciamento das suas emoções. É o que chamamos de modelo cognitivo.

O modelo cognitivo nos ajuda a entender que nunca é uma situação que nos faz se sentir de uma determinada maneira, mas sim a forma como interpretamos aquela situação. Então a forma como eu interpreto uma situação influencia em como eu me sinto e, consequentemente, nas ações que decido tomar.

E embora a ordem “pensamento influencia na emoção” ou “emoção influencia nos pensamentos” possa variar de situação para situação e de pessoa para pessoa, a forma como interpretamos/pensamos (a cognição) sempre tem primazia sobre o que sentimos.

E a inteligência emocional está relacionada ao entendimento dessa ativação das nossas emoções. O problema não é a emoção, mas o que fazemos a partir disso.

A forma como lidamos com nossos desafios profissionais, o tipo de oportunidades que se abrem na nossa carreira e a qualidade da nossa saúde mental são muito impactados pelo nosso nível de inteligência emocional.

E aí, percebe que se a gente não consegue identificar as nossas emoções não tem como lidar com elas? A boa notícia é que essa percepção é treinável, à medida que reconhecemos e nomeamos o que estamos sentindo. E isso exige a nossa atenção.

Uma ótima maneira de exercitar essa atenção é monitorar o seu estado emocional através de anotações. E não apenas aquelas emoções que se expressam de maneira mais intensa, mas aquelas que dão sinais mais sutis também, através de um músculo tensionado, um coração acelerado, uma cara fechada…

A partir da identificação da emoção, é possível irmos para o modelo cognitivo.

Que pensamentos estão na minha mente enquanto sinto isso? Há distorções nesses pensamentos? Tem algum exagero? Que evidências tenho que minhas preocupações irão se realizar? Consigo flexibilizar meu pensamento e ver esse aspecto por um outro lado? Que comportamento me ajudaria a lidar melhor com essa situação? Isso ajuda a fazermos escolhas mais conscientes por comportamentos que vão nos ajudar a melhorar o nosso estado emocional.

Um outro ponto importante é que você consiga dar uma nota para as suas emoções. De 0 a 10, qual é a intensidade dessa emoção? E avaliar novamente a intensidade após refletir sobre uma estratégia comportamental mais adaptativa, comparando esses resultados e verificando se ajudou a reduzir a intensidade daquela emoção que está incomodando.

O exercício então é treinar a autopercepção das suas emoções!

 

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